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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

SHAUL TCHERNIKIHOVSKI
(Rússia)

 

Shaul Tchernichovsky ( hebraico : שאול טשרניחובסקי ) ou Saul Gutmanovich Tchernichovsky (russo: Саул Гутманович Черниховский ; 20 de agosto de 1875 – 14 de outubro de 1943) foi um poeta hebreu nascido na Rússia.  É considerado um dos grandes poetas hebreus, identificado com a poesia da natureza, e um poeta muito influenciado pela cultura da Grécia antiga .

Biografia

Tchernichovsky nasceu em 20 de agosto de 1875 na aldeia de Mykhailivka , Mykhailivka Raion, província de Taurida (hoje em Zaporizhzhia Oblast , Ucrânia ). Ele frequentou uma escola primária judaica moderna e foi transferido para uma escola russa secular aos 10 anos.

Ele publicou seus primeiros poemas em Odessa , onde estudou de 1890 a 1892 e se tornou ativo nos círculos sionistas .  Seu primeiro poema publicado foi "In My Dream".

De 1929 a 1930, ele passou um tempo na América. Em 1931, ele imigrou para o Mandato Britânico da Palestina e se estabeleceu lá permanentemente.

Ele se casou com a cristã nascida na Rússia , Melania Karlova,  e resistiu a todas as exigências de outros judeus na Palestina para que ela se convertesse ao judaísmo .  Tchernichovsky e Karlova tiveram uma filha juntos, Isolda.

Ele era amigo da família Klausner de Jerusalém, incluindo a criança que cresceria e se tornaria o romancista Amos Oz , para quem ele era "tio Shaul".

Shaul Tchernichovsky morreu em Jerusalém em 14 de outubro de 1943.

Carreira médica

De 1899 a 1906 estudou medicina na Universidade de Heidelberg , concluindo seus estudos médicos em Lausanne. A partir de então, combinou suas atividades como médico com suas atividades como poeta. Após concluir seus estudos, retornou à Ucrânia para exercer a profissão em Kharkiv e Kiev . Na Primeira Guerra Mundial, serviu como médico do exército em Minsk e em São Petersburgo .

Tchernichovsky atuou como médico da Escola Secundária Hebraica de Herzliya, em Tel Aviv . Em seus últimos anos, atuou como médico nas escolas de Tel Aviv.

Carreira literária

                                Poesia

Shaul Tchernichovsky em sua juventudeTúmulo de Tchernichovsky em Tel Aviv.

Na poesia de Tchernichovsky, há uma mistura de influências da herança cultural judaica e da herança cultural mundial. Ele escreve sobre temas hebraicos, como em "Em Endor", um poema sobre o Rei Saul . Saul se aproxima da bruxa de Endor , que descreve dramaticamente a condição de Saul no final de sua vida. Tchernichovsky se identificou particularmente com o personagem Saul, talvez devido ao seu próprio nome. Ele descreve ainda no poema a trágica queda de Saul e seus filhos no Monte Gilboa . Em contraste, no poema "Diante de uma Estátua de Apolo", o poeta demonstra sua afinidade com a cultura grega, identificando-se com a beleza que ela representa, chegando a se curvar diante dela.

Tchernichovsky é o poeta hebreu mais identificado com o soneto . Ele introduziu a coroa de sonetos ( hebraico : כליל סונטות ) na língua hebraica como um " soneto " composto por quinze sonetos, sendo o último composto pelos primeiros versos dos outros quatorze sonetos. Cada uma de suas coroas de sonetos aborda um tópico específico, como "Sobre o Sangue" ou "Ao Sol".

Mesmo com sua paixão pela cultura mundial, Tchernichovsky se identifica com o destino de seu povo. Em resposta ao Holocausto, escreveu os poemas "Os Mortos de Tirmonye" e "Baladas de Worms", que expressaram os murmúrios de seu coração a respeito do trágico destino do povo judeu.

Perto do fim da vida, compôs alguns poemas centrados em imagens da sua infância. Esses poemas, que podem ser propriamente chamados de idílios , são considerados por muitos como suas obras poéticas mais esplêndidas. Alguns até acreditam que os idílios de Tchernichovsky servem de exemplo e modelo para todos os idílios escritos em hebraico.

Muitos de seus poemas foram musicados pelos melhores compositores populares hebraicos, como Yoel Angel e Nahum Nardi. Cantores e compositores também musicaram suas letras, como Shlomo Artzi fez para Eles Dizem Que Há Uma Terra ( omrim yeshna eretz , אומרים ישנה ארץ), que também é bem conhecida nas composições de Joel Engel e Miki Gavrielov . Oh Minha Terra Meu Local de Nascimento ( hoy artzi moladeti , hebraico : הו ארצי מולדתי ) é mais conhecida na composição de Naomi Shemer , com arranjo de Gil Aldema. Shalosh atonot ( Três Jenny-asses , hebraico : שלוש אתונות ) também se tornou uma canção popular.

De 1925 a 1932, foi um dos editores do jornal Hatekufa . Também editou a seção sobre medicina na enciclopédia hebraica Eshkol. 
 

 

POESIA SEMPRE. Ano 5  Número 8.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin.  Rio de Janeiro: MINISTÉRIO DA CULTURA / Fundação BIBLIOTECA NACIONAL, 1997.
452 p.   ISSN  0104-0626   No. 10 927   
Exemplar da Biblioteca de Antonio Miranda    

           

O Homem nada mais é que...

O homem nada mais é que o solo de uma pequena terra,
o homem nada mais é que a fôrma da paisagem de sua pátria,
só o que captou seu ouvido ainda fresco,
só o que absorveu o seu olho antes de se saciar,
tudo o que encontrou nas sendas de orvalho quando menino,
titubeando, tropeçando em cada torrão e escombro de terra,
enquanto no aconchego de sua alma e no desconhecido está
preparado
um altar de sacrifício em que incensará diariamente
ao reinado do céu, a estrela e aos signos.
Porém, com o passar dos dias e na guerra da existência,
enquanto o rolo do livro de sua vida vai se estendendo,
vieram um a um e revelará o significado
de cada letra e cada sinal que se seguirão,
que foram inscritos nele no início de sua criação.
O homem nada mais é que a fôrma da paisagem de sua pátria.

E naquele canto de terra em que nasci,
na amplidão da estepe que azula, sonham
Os altares, altares sagrados, sobre túmulos milagrosos.
Ninguém as quem os derrama não sabe quando
e quem é o homem que em seu seio dormita o sono eterno.
E todos cobertos de pós de muitos e muitos judeus
olham além de fronteiras mudas e cinzentas,
como aquela mesma estepe antes da chuva
no início do mês de Eilal se racha
em grandes torrões dentro de engaste de fendas se mais fendas.
Reinados brotam e reinados passam,
fronteiras de países vão se borrando e voltando
e aqui em sua base encontram-se como pedras tumulares
sobre um grande passado miraculoso, esquecido para sempre
até ser apagado da poesia e da lenda.

Naquele canto de terra onde nasci
habitarão águias do campo, solitárias da estepe,
gigantescas, de pesada asa negra, de negras penas,
como medas de trigo que foram esquecidas pelos ceifadores de
verão,
escurecidas pelos fogos e devoradas pelo calor e a chuva.
E por vezes do firmamento desce uma águia na encruzilhada
e um homem se aproxima dela, e na distância
a observará e em seu coração também refletirá: “O que é isto?
Meda não meda, pássaro não pássaro...”
e ao descrever círculos a Deus poderoso no céu,
e lançar seu uivo selvagem à terra,
quem a compreenderá, quem saberá por que clama um pássaro?
Será um suspiro lançado ou é o seu canto,
solitário  para que nenhum coração capte e sem um eco.
Isolado é também o seu urro... na estepe morrerá.

Naquele canto de terra em que nasci,
há um errante desde sempre, um errante eterno:
não há campo em que não tenha passado, senda e caminho,
em que não tocou, que não interrompeu
e de uma borda da terra até a outra perambulará.
Sabeis quem é ele e qual o seu nome? Pois é o vento!
Nuvens há que conduzirá pesadas como o chumbo
por vezes se agitará em suas amplidões, voando, agitando-se;
por vezes perseguirá nuvens de pó para escurecer o dia,
e em outras tumultuará em meio a tesouros de neve, de gelo
e não há barreiras, não há quem o enfrente.
Porém, ao voltar sua face para o sul... para o sul,
ao desejar vir até o mar meridional,
estão-lhe postadas como adversário, cercam-lhe o caminho
repentinamente as rochas e as montanhas tão velhas quanto o
mundo.

E na fôrma daquele canto em que nasci
revelou-se a história de minha vida, foi revelada também a minha
sina,
teci o sonho à sua imagem e semelhança:
com alma livre, isenta de qualquer fenda e rasgo,
E como eu vagava solitário entre os membros do meu povo,
carregados com a benção de “grandes tumbas” e sua maldição.

Minha poesia é estrangeira, é estranha ao coração de minha nação,
solitária surgiu e solitária partirá,
sem um coração que a capte e sem um eco,
como aquele urro da águia solitária, urro selvagem.
E como aquele vento, que vagará eternamente
vaguei de mar a mar todos os dias da minha vida.
E quando desejei vir ao mar meridional,
cercaram o meu caminho as montanhas...e onde construirei o meu
                                                                                       ninho?

Mais um espaço e mais caminhos! Onde está o meu cajado — irei...


                                                Tradução de Nancy Rozenchan
 
*
VEJA e LEIA outros poemas da Rússia em nosso Portal:
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Página publicada em setembro de 2025.

 

 

 
 
 
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